sexta-feira, 2 de julho de 2010

Mefistofélica

Certa vez, li um livro de Luis Fernando Veríssimo. Recomendo: O Clube dos Anjos. Ele fala que tudo termina. O casamento, as amizades, inclusive o sexo; mas a fome continua. Ela nunca acaba. Eu pergunto: e o desejo de beber? Como jantar sem uma taça de vinho? Como saborear batatas fritas sem uma cerveja? E como fica a lentilha do ano novo sem um champagne ou uma cidra vagabunda para dar pinta de high society? Todas as coisas envolvem álcool.Como fumar um cigarro sem ingerir bebida alcoólica? Como um povo dito normal poderá jogar sinuca sem tomar uma cerveja?

Depois de algum tempo, você percebe que o casamento, as amizades, o sexo e depois até a fome terminaram pelo simples fato de continuar a beber. Algumas pessoas têm um mar de possibilidades, basta apenas não provar aquele grão de areia marcado. Você pode também, escolher ficar com o grão de areia de dentro do mar de possibilidades. O preço é justo: terá só ele.

Meu mais sincero e profundo muito obrigado aos que passam por aqui (uma vez que não passa ninguém e eu sei disso) e lembrar que grandes amigos me inspiraram na criação destes dois parágrafos dignos de Mefistófeles.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Os supostos morcegos australianos são mesmo invejosos?‏

Sim, o título é algo intrigante.
O fato do canguru ser o animal cartão postal da Austrália pode ter afetado a mente destes pobres bixinhos que a humanida encara como o temido mamífero/ave sangue-suga noturno.
Esta minha teoria foi criada com base em apenas uma evidência de alteração de comportamento dos morcegos, porém esta é bem relevante: Os morcegos da Austrália são animais marsupiais.
Que motivo este bixano teria parar aderir a tal caracterísitica?
Eles também querem ser lembrados em todas as lojinhas de souvinirs tendo fotos e amostras de pelúcia vendidas em toda a Austrália ao lado dos cangurus, coalas e diabos da tasmânia. Eis aí, por último, um concorrente a altura: O diabo da tasmânia.
O que vc acha? Dê sua opinião, ela é muito importante para nós! :P

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Desventuras atemporais

Vento leve que me leva para bem longe.
Onde não afeta
A vibração da minha mente.
Insana, imensa, intensa, incoerente.
Admiravelmente insuportável como num filme B
Fabricado, marcado, zelado e enlatado por livre escolha.
A vida vista de dentro de uma bolha
Borbulha a vontade de sair e cego!
Olha! Olha! Olha! Mas não vê!
Shopping ou cine prive?
Mundos paralelos.... Os egos!
Morrendo de sede da vontade de libertar-se de si mesmo.
Num apelo atormentado, mariposa bate as asas e traz o vento num tornado.
Levanto desesperado desse sono profundo acordado!

Bem-vindos...

Aqui e lá.
Perto, longe e acolá.
Em qualquer lugar,
Sinto o cheiro e se manifestam as memórias.
Calculo e penso demais.
Lembro de frases...
Pontos, vírgulas,
Conjunções adverbiais.
Como me expressar?
Escrever e liberar.
As coisas significam o que queremos interpretar.
"Pessoas são estranhas quando nos sentimos estranhos"
"Um estranho no ninho"
"O poder, o pudor, os lábios e o batom"??
O batom cria uma nova boca, um novo formato, uma nova cor...
Mas a voz continua a mesma... Falando de um falso pudor.

É, tu tens razão...
É o que eu digo por pura misantropia.
Mais uma vez: Lobotomia?
Bem-vindos ao meu blog.

De graça na praça... adivinha o quê!?

O medo origem do mal
Sempre garantindo a fantasia
Da vida vazia
Com coragem Davi derrotou Golias
Obrigado Nossa Senhora Dona "PERSONA"
Ninguém é tão bom sozinho
Quanto todos nós juntos
O tudo é uma coisa só, porque está junto

Seria o mérito e o mosntro?
Ou o monstro do mérito?

A pulga pulou no cachorro?
Não...
O cachorro catou a pulga.

Igualdade do simples sujeito
Entre a verba e o verbo irregular
Garantia de liberdade
É assim que a plebe se diverte
Por isso contra burguês
Baixamos MP3
Assim nos tornamos gaúchos raros, meus caros

A teta do calçado secou
Mas a festa do sapato começou
Contradição ou tentativa de superação
Porque agora a magia real
Garante a diversão

Talvez em outra ocasião
Tenhamos ouvido "OPINIÃO"
Porém gora vocês estão aqui
Na nossa "CAMPO BÃO"

Vocês estão trazendo a cura ou o remédio
Para combatermos o tédio
Obrigado ao Teatro Mágico
Por nos lembrar que...
... A POESIA PREVALECE

A Sra. Arznei

Era uma noite fria e a chuva fina não cessava nem ao menos para que a Sra Arznei pudesse descer do carro e abrir o portão de sua garagem sem se molhar. Voltara de uma festa com as amigas. O marido foi dormir na casa de um amigo para que não ficasse entediado em casa pensando bobagens sobre a esposa e suas amigas. Ela não gostava de chegar em casa e ficar sozinha. Não era de seu agrado nem mesmo dirigir mais de três quilômetros sozinha em uma noite como aquela. No dia anterior ela havia olhado um filme de terror daqueles que odeia, mas para não desagradar o marido se esforçou ao máximo. Quando voltava para casa no meio do breu e da bruma se lembrava do filme. Tinha calafrios. Só se distraía quando por ventura via algum carro passar ou algum bêbado encolhendo-se embaixo da parada de ônibus fugindo da garoa. Pensava nas pessoas que dirigiam os carros; quem eram, o que estavam fazendo e para onde iam; o que fazia aquelas pessoas andarem de carro numa madrugada daquelas? Era uma noite perfeita para dormir grudado com alguém. Pensava isto porque a festa não tinha sido muito boa e sabia que teria aproveitado mais se tivesse ficado em casa olhando outro filme com o marido.

Alguns gatos às vezes atravessavam a faixa na frente do carro, pareciam tiros no ar. Abaixavam as orelhas e corriam na tentativa desesperada de chegar ao outro lado. Lembrava-se que eram criaturas em processo de evolução e por isso tinham este jeito soberbo, esta procura doentia por qualquer prazer e até mesmo o desejo de sentir a adrenalina de não saber se conseguem atravessar a rua a tempo de não virarem comida para urubus.

Pensava nisso quando percebeu que já estava na rua de casa e viu seu gato preto passeando na chuva completamente despreocupado com a previsão do tempo. A vida de um gato deve ser agitada, sempre há o que fazer, lugares para explorar e lixos para revirar.

A sra Arznei ouviu um barulho estranho e viu que mais um carro havia entrado na rua de sua casa. Não sabia se achava isto bom ou ruim, mas ficara com certo medo daquelas luzes misteriosas. Sorte dela que levou as chaves de casa, pois a quadra estava sem luz e o portão era eletrônico. Desceu com as chaves e percebeu que o carro suspeito parou na esquina, motor e faróis ligados, pronto para arrancar. Mesmo assim ela abriu todo o portão e antes mesmo que ela pudesse tirar as mãos das grades, o carro estranho arrancou e foi até ela. A Sra Arznei teve dor de barriga, mas tentou se mostrar calma. O rapaz da carona baixou o vidro e pediu que ela os acompanhasse. Ela negou se mostrando indiferente e alegou estar esperando seu marido. Os rapazes disseram que sabiam onde ele estava e que ele não chegaria tão cedo. Ela entrou no carro dos rapazes sem se preocupar com nada, deixou a garagem aberta e seu carro com a porta escancarada. O gato observou tudo de longe como quem entendia o que estava acontecendo. Talvez ele seria a única testemunha. Eles arrancaram o carro e o Ron Ron como se prevesse o mal de sua mãe correu atrás deles, mas teve a sua pata machucada; a roda do veículo passou por cima de sua mãozinha sem que o motorista pudesse perceber.

Os desconhecidos falavam de assuntos interessantes, devaneios que a Sra Arznei tinha e nunca dividia com ninguém, pois tinha medo de parecer louca, mas no seu íntimo tinha todas aquelas insanidades como verdade. O egoísmo das pessoas, as evoluções das espécies, intuição, bruxaria e coisas do coração.

No outro dia de manhã, o Sr Gegengift chegou em casa e se deparou com aquela cena: o portão aberto e o carro da esposa na frente. Não entendeu nada. Por um momento pensou que a esposa estava de saída, mas não seria possível, ela ainda estaria dormindo.
"Deve ter chegado tarde ontem à noite." Pensou.
Chegou mais perto e viu o Ron Ron dormindo no banco do motorista. Notou que havia algo errado. A cama estava arrumada e não havia rastros de sua esposa. O celular estava desligado. Nenhum vizinho viu ou ouviu nada. O marido se culpou por ter passado a noite fora, pois notou que a esposa deveria estar em apuros. Ligou para todas as amigas dela, nenhuma tinha notícias da Sra Arznei

Ela tentava se comunicar telepaticamente com o marido, mas parecia não funcionar. Queria dizer à ele que estava tudo bem, que se sentia tranqüila mesmo sabendo que o que estava acontecendo não era normal. Estava com medo do que poderia estar acontecendo com seu marido. Ele poderia estar preocupado, poderia ter chamado a polícia achando que a esposa havia sido seqüestrada ou então poderia não acreditar em nada que ela falasse quando voltasse para casa. Estava co medo que seu marido pensasse toda aquela história absurda de entrar em um carro com dois desconhecidos não passasse de uma mentira para passar o dia com um amante.

Neste momento, Ron Ron entrou no quarto do casal e miou. A Sra Arznei acordou. Olhou para o lado e viu seu marido, dormindo como um anjo.

- Querido? Está acordado?

- Hum... Murmurou o Sr Gegengift

Foi só um sonho!

Levantou-se e foi dar comida ao bichano que miava de fome. Ele tentou correr até seu pote de ração, mas não conseguiu. Sua patinha estava machucada.

I Touch Myself

De repente chega o friozinho de noite. Sinto-me tão sozinha nessas horas e penso que ele poderia chegar logo. Já está demorando. Já passam das 10:30. Ele já deveria ter chegado. Mas a verdade é que ele não gosta tanto de mim. Nas noites frias costumo me flagrar numa irritante e profunda auto-piedade. Francamente, não há nada pior. Há algo pior sim: esperar ele chegar para me esquentar.
Há tempos atrás contava com a ajuda da Darma, minha linda gata de três cores que em dias frios deitava no ângulo de 90 graus que se criava entre minhas pernas e tronco devido a minha posição quase fetal em virtude do frio que me fazia ficar encolhida ao máximo. Penso nos carinhos que ele me faz e no chapéu de Cowboy. Ah, o chapéu... Quando a barbinha está por fazer o chapéu combina ainda mais. Mas já são 11 horas e não paro de pensar nele usando o chapéu e a barba. Faço justiça com as próprias mãos, afinal não agüento esperar. Perco toda aquela energia sexual e percebo que há algo pior: a perdi sozinha. Apenas eu e minha mão. Se ele tivesse perdido comigo, talvez seria melhor. Arrependo-me por isso. Foi ridículo, afinal ele já está chegando. Será que eu não poderia esperar? Mas por quê ele não está em casa ainda? Acabo de encontrar um culpado. O mundo não gira em torno dele, foi por isso que me toquei e não o esperei para que fizesse tal coisa por mim. Devo contar a ele? Acho que sim, ele ficará contente em saber que faço isso pensando nele e no seu chapéu. Mas ele ainda não está em casa e estou arrependida por não tê-lo esperado. O que faço enquanto ele não chega? Onde ele estará? Maltrato a mim mesma criando lugares e pessoas que podem estar com ele. E se ele estiver com alguma mulher? Não, esse ciúme não combina comigo.
Quer saber? Não mais o esperarei. Vou dormir antes que ele chegue. Mas antes, vou me tocar mais um pouquinho. Só para sentir o apogeu do meu prazer solitário mais uma vez. Como uma adicta, deixo minha doença se manifestar de forma inconseqüente pensando que o mal já está feito e por isso não terá problema fazer mais um pouquinho. Um morto não fica mais morto só por levar alguns chutes no velório. Um defunto é sempre um defunto.

Não me façam perguntas. Não tenho idéia dos motivos que me levaram a escrever tais insanidades, mas baseia-se em coisas que falei, vi e ouvi no final de semana. Talvez deva dedicar ao Fábio e a Raquel.